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domingo, 27 de setembro de 2009

Biografia de Nei Lopes inaugura série sobre negros brasileiros.


O poeta, compositor, pesquisador e escritor Nei Lopes é o personagem escolhido para abrir uma série de biografias sobre brasileiros negros com importante papel na cultura, política e no movimento pela igualdade racial. O livro "Nei Lopes", assinado pelo jornalista Oswaldo Faustino e publicado pela Selo Negro Edições, apresenta a personagem em suas diferentes facetas.
"Nei é uma usina de criação e de pesquisa", avalia Faustino, em entrevista à Rede Brasil Atual. "Principalmente nos dois últimos discos, ele intensifica a fase das crônicas cariocas, mostrando muito do cotidiano muito bem-humorado", conta.
Nascido no Rio de Janeiro em 1942, Nei Lopes teve infância similiar a milhares de jovens do subúrbio. Estudou direito e ciências sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e sempre manteve profundos laços com o samba.
Faustino explica que seu interesse por Nei Lopes é antigo o que o havia levado a reunir composições do sambista para um projeto de pesquisa originalmente concebido para uma dissertação de mestrado. A proposta era buscar formas de aplicar as letras ao estudo de história da cultura africana, exigida pela lei 10.639/2003, nas salas de aula.
Com o desafio de buscar informações sobre a trajetória do sambista, Faustino revela que contou com a generosidade do biografado. "Trocamos muitos e-mails e, por sua generosidade que é tamanha, quase todos os dias tinha lá: 'antes que você me pergunte' e escrevia diversas histórias", conta. A maior parte das conversas se deram por telefone e e-mail, e apenas duas entrevistas presenciais foram realizadas.
Foi mais do que suficiente para a produção do livro de 120 páginas com as visões de mundo e a narrativa de episódios marcantes de sua vida, como a composição de sambas-enredo, a relação com o Salgueiro e a atuação no movimento negro, como assessor do senador Abdias Nascimento. "O problema é que o Nei precisava de uma biografia por semana, porque sempre ele tem novidade, um novo livro, um novo samba", diverte-se Faustino.
"Pensar a obra de Nei Lopes quer no samba, quer na literatura, é pensar em uma ótica banto, como diz ele, ou afrobrasileira, para nossa cultura. Não estamos mais no tempo de ficar no 'xororô' de que o negro não é reconhecido em sua contribuição cultural. Estamos já abrindo as portas para que as pessoas entendam que essa contribuição afrobrasileira para a cultura nacional é tão cotidiana que às vezes passa despercebida, não é só por racismo e eurocentrismo.
Coordenada por Vera Lúcia Benedito, socióloga e consultora da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, a coleção tem lançamentos também sobre Abdias Nascimento e Sueli Carneiro. A linha editorial da coleção Retratos do Brasil Negro, da editora Selo Negro, era se voltar ao público jovem.

O jornalista Oswaldo Faustino é co-autor de livros como "A cor do sucesso" e obras infantis, além de colaborador da revista Raça Brasil. Trabalhou em veículos como Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo.

--> Texto publicado por Anselmo Massad em http://www.redebrasilatual.com.br/, em 23/09/2009. Foto de Márcia Moreira.

sábado, 26 de setembro de 2009

Bastidores da série Nova África.

Para os que perderam a estréia do programa na TVE, ontem, aqui vão partes do que foi e/ou será exibido durante a série:


* PARTE 1 *



* PARTE 2 *



* PARTE 3 *



Não deixem de acompanhar a exibição dos programas, toda sexta-feira, às 22h, na TVE Brasil (canal 2 ou 18 NET). Também há reapresentação às segundas-feiras, 20h.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O que pensar sobre isto?


"Enquanto isso..." Charge por Diego Novaes.

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Egito Antigo no Iguatemi.

O Shopping Iguatemi, desde o último dia 12 até 15 de novembro, estará com uma exposição de peças arqueológicas, entre 52 originais e 70 réplicas, pertencentes a distintos períodos da Terra Santa e do Antigo Egito.
A exposição também apresenta mais de 100 m2 de ilustrações em painéis, incluindo uma câmara mortuária, formando um cenário para que o visitante entre no clima fantástico do Antigo Egito.
A programação também prevê palestras. Os horários estão divulgados no local: estacionamento do 5º piso.
Vale a pena conferir, não é mesmo?

sábado, 19 de setembro de 2009

Grandes equívocos.

Uma das coisas que a maioria das pessoas no Brasil pensa é que o continente africano é um país, outra é que a história da África começa com a chegada dos europeus para capturarem escravos. Além disso, a imagem que se tem é de que na África só há homens primitivos, que andam nus e colocam o homem branco no caldeirão para comê-lo por serem todos canibais! Nada disso é verdade!
Ao contrário do que se pensa a África tem muitas histórias. Em primeiro lugar, foi nesse continente que surgiu a humanidade. O Homo Sapiens, inteligente, forte, habilidoso e com muitas capacidades técnicas e culturais, tinha a pele negra, e somente milhares de anos depois surge o Homo Sapiens branco na Ásia, na Europa e nas Américas.

Foi no continente africano que se desenvolveram as primeiras técnicas de metalurgia, de fundição de metais, escrita, cálculos matemáticos, engenharia e comércio internacional. Outra questão que é negada pela maioria dos historiadores é que a grande civilização egípcia, das pirâmides, dos faraós, era uma civilização negro-africana. Aliás, a maioria dos faraós era negra.

Na África, antes da chegada dos europeus, existiam (e ainda existem) grandes construções arquitetônicas, navegações em alto mar, comércio internacional e trocas de mercadorias com a antiga China, o antigo Japão e a antiga Índia. Sem falar no fato de que algumas civilizações africanas entraram em contato com os índios americanos antes de Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral. Tudo isto está comprovado através de estudos históricos e achados arqueológicos.

Fica a pergunta: por que nada disso não nos foi esclarecido antes?

"Nova África" na TVE.

A partir do próximo dia 25 de setembro, a TVE Brasil vai colocar no ar a série NOVA ÁFRICA, procurando desvendar aos brasileiros o Continente Negro.



“Um rio chamado Atlântico”, no dizer do historiador Alberto da Costa e Silva, separa Brasil e África, mas uma desinformação maior ainda torna o Continente Negro quase uma região desconhecida para os brasileiros na atualidade.
Para diminuir essa distância, desvendar o Continente africano e mostrar a realidade de 46 dos 53 países africanos, seus costumes, vida cotidiana, alimentação, diversidade cultural, ligações econômicas com o Brasil, tornando a África mais conhecida para os brasileiros, a TV Brasil lança a série Nova África.
Apresentada pela jornalista negra Aline Midlej – a série tem 26 programas temáticos, mostrando a diversidade natural da África, visitando parques, navegando em lagos e rios, atravessando regiões em que estejam patrimônios naturais do continente. A série dará destaque a alguns povos africanos, especialmente àqueles ligados à origem de nossos ancestrais, como os ioruba da Nigéria e do Benin, os que no Brasil foram chamados de “malês” e alguns povos da língua bantu, aqui chamados de “angolas” e “carabindas”, vindos do passado do comércio escravo, que era feito pelo Brasil.
Os três programas iniciais serão dedicados a Moçambique, seguindo-se África do Sul, Botsuana, Angola e Namíbia. A proposta da série é abordar questões como a fome, a aids, a educação, a cultura, o folclore e os costumes, o desenvolvimento econômico, o comércio de escravos no passado, entre outros temas. Nova África também mostrará a cultura ancestral, que influenciou as manifestações musicais, como o samba brasileiro, o jazz e o blues norte-americanos, por exemplo, as manifestações culturais e folclóricas antigas e atuais.
Nova África será exibido toda sexta-feira, às 22h.


fonte: Sala de Imprensa - http://www.tvbrasil.org.br/.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Teatro na UERJ.

O Departamento Cultural da UERJ, por meio da Divisão de Teatros, apresenta, em duas únicas exibições, o espetáculo O Rio de Muane. A peça, que combina dança, teatro e capoeira, será no Teatro Noel Rosa, localizado no Centro Cultural da Universidade, nos dias 16 e 17 de setembro, respectivamente quarta e quinta-feira, às 19h30.

Baseado no conto Cidade dos Sábios, de Luis Antônio Baptista, retrata a história de Muane, uma escrava no Rio de Janeiro do século XIX, que utiliza o lundu, o samba e a capoeira como forma de externar a agonia de seu doloroso cotidiano.
Dirigido por Denise Zenícola, o espetáculo conta com atuações de Cátia Costa, Débora Campos, Carolina Ferreira, Wander Paulus, Pedro Mota, Viviane Santos e Kaio Ventura, além de contar com a participação especial de Mestre Casquinha.
O ingresso custa R$10 e estará disponível para compra nos dias de apresentação a partir das 13h. Estudantes com identificação, terceira idade, professores da Rede Municipal, portadores de necessidades especiais e servidores efetivos e contratados da UERJ têm direito a meia-entrada.

(fonte: http://www.uerj.br/modulos/kernel/index.php?modulo=noticias&cod_noticia=3699)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Para conhecer um pouco mais... o brinde!

Divulguei, recentemente, no colégio, que os participantes deste blog concorrerão ao sorteio de um brinde no último dia do Evento de Finalização do nosso Projeto, na Semana da Consciência Negra.
Para quem ficou curioso, trata-se de um livro entitulado A ÁFRICA EXPLICADA AOS MEUS FILHOS, do historiador Alberto da Costa e Silva, que esteve em palestra no Back2Black, recentemente.
Como o próprio título sugere, o autor procura explicar pontos importantes e pouco explorados da história do continente africano com palavras de fácil entendimento. Não é um livro para crianças; é para aqueles que se interessam pelo assunto, mas que têm pouca familiaridade com os termos acadêmicos.
Espero, sinceramente, que gostem! E boa sorte a todos!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Back2Black em descrição de Zuenir Ventura.

"É daqueles eventos que, quando a gente assiste em Nova York ou Paris, lamenta: “Por que não se faz isso no Rio?” Quando se faz, valem todos os louvores. A fórmula é simples e criativa. Pega-se uma garagem de trem desativada e transforma-se num museu, como foi feito com o majestoso Musée d’Orsay, que reúne talvez a melhor coleção de impressionistas do mundo. Ou então como se acaba de fazer, mais modestamente, com a velha estação da Leopoldina, transformada por três dias pelo Back2Black numa pequena África. Quem não viu não sabe o que perdeu.
O espaço, por si só, já era um espetáculo. Um vagão forrado de panos com motivos africanos serviu, por exemplo, de livraria. As antigas plataformas de embarque viraram pistas de dança e terraços com mesinhas de bar. Sucatas de máquinas de trem foram recriadas como esculturas, graças a um jogo mágico de luzes coloridas. Enfim, com recursos cenográficos como estes, além de fotos, mapas, textos distribuídos pelo espaço, Bia Lessa — e quem mais poderia ser? — fez da estação da Leopoldina uma instalação capaz de acolher a proposta “Somos todos Africanos. Somos todos humanos. Back to Black”.
Isso quanto ao décor, pois em matéria de conteúdo não sei se alguma vez se juntou aqui um elenco tão expressivo de nomes da música, da dança, da literatura, do pensamento do Brasil e de várias partes do mundo — África do Sul, Angola, Senegal, Zâmbia, Cuba, EUA, Benin, Cabo Verde — para cantar o continente africano e debater suas questões.
Estive no encerramento, junto com uma multidão, para assistir ao show “Celebração do samba”, conduzido por Mart’nalia e apresentando nomes como Luiz Melodia, Margareth Menezes, Dona Ivone Lara, além da beninense Angelique Kidjo, a cabo-verdiana Mayra Andrade e a cubana Omara Portuondo. Por dois momentos, já teria valido a pena a ida à Leopoldina: ver Dona Ivone cantando “Sonho meu” e Omara entoando “Guantanamera”. A esperança é que haja mais Back2Black e que se volte a ter a Leopoldina como espaço para outros eventos."

(conteúdo publicado originalmente no Jornal O Globo, em 02/09/2009).